Saiba mais sobre o câncer de língua e os fatores de risco
Uma ferida na língua que não cicatriza e por vezes é confundida com uma afta. Fique atento, pois pode ser uma lesão cancerígena ou pré-cancerígena. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se para 2018 cerca de 14.700 novos casos de câncer da cavidade oral (com frequência maior na língua e assoalho da boca). Ele está entre os 10 tipos com maior incidência no Brasil. As estatísticas apontam que ocorre mais na população masculina, classificando-se entre os 5 tipos de tumor com maior incidência e representando cerca de 5,2% dos tumores nos homens. O fumo (tabagismo) é um fator de risco e um dos grandes vilões da saúde bucal, representando 95% dos casos de câncer de boca. O álcool contribui para a formação desses tumores e há outros agentes como o HPV (papilomavírus humano). Este vírus está mais associado ao desenvolvimento de tumores da orofaringe, mas pode também causar o aparecimento do câncer de boca. Fatores genéticos estão envolvidos na carcinogênese desses tumores.
O autoexame e o exame clínico médico anual na boca e regiões anexas como orofaringe e laringe são fundamentais para verificar se há lesões que podem apresentar-se como uma afta, lesão ulcerada, manchas brancas ou vermelhas, nódulos na boca ou no pescoço, dificuldade para falar ou engolir, etc.
De acordo com a cirurgiã de cabeça e pescoço do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), Paola G. Pedruzzi “As pessoas devem procurar o médico ou cirurgião dentista caso estas lesões persistam por 15 dias ou mais”.
Tratamento
Diagnosticado em sua fase inicial, esse tipo de câncer tem a probabilidade de aproximadamente 90% de cura. “O tratamento é cirúrgico. As lesões menores podem ser removidas e as sequelas são muito menores. Na doença mais extensa realizamos reconstrução plástica do tecido removido com retalhos e enxertos de tecido muscular, ósseo, por exemplo. Alguns pacientes após a cirurgia necessitam complementação do tratamento com radioterapia e quimioterapia. A reabilitação durante e após o tratamento inclui equipe de nutrição, psicologia, dentista, fonoaudióloga e assistente social”, cita a cirurgiã.
Prevenção e fatores de risco
O câncer de boca nem sempre pode ser evitado, mas pode-se diminuir o risco de desenvolver esse tipo de doença adotando medidas simples, como reduzir os fatores de risco.
1 – Evite o tabagismo;
2 – Se for consumir álcool, faça-o moderadamente;
3 – Mantenha uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras e legumes;
4 – Faça sempre uma boa higiene bucal, mantendo dentes e próteses em bom estado de conservação;
5 – Faça o autoexame da boca e da língua;
6 – Faça exames de rotina com o médico e o dentista.
Leia também: Tabagismo e alcoolismo ainda são os principais responsáveis pelo câncer de boca