No início de março deste ano, Tony Bellotto, guitarrista dos Titãs, revelou que foi diagnosticado com Câncer de Pâncreas e que passará por uma cirurgia como parte do tratamento. Entenda agora sobre o Câncer de Pâncreas e o que sabemos sobre o caso de Tony Bellotto.
Sem especulações sobre o caso específico do músico, é importante entender mais sobre esse tipo de tumor, seus desafios e os avanços no tratamento.
O Dr. Cristiano Ontivero, cirurgião oncológico do Instituto de Oncologia do Paraná, comenta sobre o Câncer de Pâncreas e o que se sabe sobre os possíveis procedimentos adotados.
Um câncer silencioso e agressivo
O Câncer de Pâncreas é um dos mais desafiadores da oncologia, principalmente porque é uma doença silenciosa.
Ele não costuma apresentar sintomas nas fases iniciais e, quando os primeiros sinais aparecem – como dor abdominal, emagrecimento sem causa aparente e icterícia (olhos e pele amarelados) – o tumor já pode estar em um estágio mais avançado.
Essa característica faz com que o diagnóstico precoce seja difícil e, consequentemente, o tratamento seja mais complexo.
A cirurgia como principal tratamento do câncer de pâncreas
No caso do Tony Bellotto, sabemos que ele passará por uma cirurgia antes de retornar ao trabalho. A principal técnica utilizada para remover tumores na cabeça do pâncreas é a cirurgia de Whipple, também chamada de gastro-duodeno-pancreatectomia.
Esse é um procedimento bastante complexo, pois envolve a remoção de parte do estômago, do duodeno (início do intestino delgado), da cabeça do pâncreas e da vesícula biliar.
Além disso, é necessário reconstruir o trânsito intestinal com três conexões cirúrgicas diferentes. Mesmo que essa cirurgia tenha sido muito arriscada no passado, os avanços médicos reduziram a taxa de mortalidade de 50% há algumas décadas para cerca de 2% a 5% em grandes centros especializados.
Tratamento e desafios da doença
De qualquer forma, mesmo com a cirurgia bem-sucedida, o câncer de pâncreas continua sendo altamente agressivo e a chance de recorrência ainda é um desafio.
A quimioterapia, que normalmente complementa o tratamento, não evoluiu tanto quanto para outros tipos de câncer, o que torna o controle da doença mais difícil.
Por isso, é essencial que a cirurgia seja feita por equipes especializadas e em centros de referência, garantindo o melhor suporte possível ao paciente.
A importância da conscientização
O Câncer de Pâncreas não tem exames de rastreamento de rotina, como acontece com o câncer de mama, próstata ou colorretal. Dessa forma, a conscientização sobre os sintomas e fatores de risco é a principal arma para um diagnóstico mais rápido.
Dessa maneira, aproveitar a visibilidade de casos como o de Tony Bellotto para falar sobre essa doença é fundamental. Precisamos alertar a população para hábitos de vida saudáveis e para o acompanhamento médico regular, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença.
O Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, reforça seu compromisso em trazer informações confiáveis e acessíveis sobre o câncer e seus tratamentos. A informação salva vidas!
Fique atento aos sinais e consulte um médico regularmente!
Texto por: Instituto de Oncologia do Paraná



