A música causa encantamento, traz conforto e ajuda a desenvolver uma comunicação significativa, contribuindo na resolução de questões emocionais envolvidas no dia a dia. Pensando nisso, o Instituto de Oncologia do Paraná – IOP implantou no segundo semestre de 2002 seu projeto de Musicoterapia, pois vê na música um importante fator na contribuição ao tratamento oncológico.
“A musicoterapia usa a música e o som para ajudar a expressar emoções e melhorar o bem-estar emocional e físico. Além disso, remete a memórias afetivas que auxiliam na superação de situações adversas, atuando em pessoas com ansiedade, dor, privação do sono, incertezas, entre outros”, ressalta Sabrina Nunes Garcia, diretora de Operações e idealizadora do projeto.
O objetivo da musicoterapia é promover um ambiente harmonioso, proporcionar tranquilidade, conforto e bons pensamentos durante a espera e aplicação de medicamentos.
Além disso, trazer alegria, dinamismo e gerar engajamento dos pacientes, familiares e profissionais, o que favorece o processo de trabalho, de recuperação e enfrentamento.
Um dos benefícios é seu efeito distrator, que foca a atenção da pessoa longe de estímulos negativos para algo agradável e encorajador.
Outro ponto é ressignificar momentos do cotidiano, auxiliando pacientes e familiares a serem mais fortes diante das possíveis mudanças ocasionadas pela doença e pelo tratamento.
Musicoterapia no tratamento oncológico
Pesquisas apontam que a musicoterapia pode auxiliar os pacientes oncológicos a reduzirem sua ansiedade, além de melhorar a qualidade de vida, assim como reduzir sintomas e efeitos colaterais.
Ainda não se sabe sobre todas as maneiras pelas quais a música pode afetar o corpo, mas é possível assegurar que quando a musicoterapia é utilizada da maneira certa para a pessoa certa, pode ajudá-la a se sentir melhor.
Uma revisão sistemática da Cochrane realizada em 2021, que analisou 81 estudos (total de 5.576 pacientes) que utilizavam a música como suporte terapêutico a pacientes oncológicos, revelou que a musicoterapia auxilia positivamente esses pacientes no controle da ansiedade, depressão, dor, fadiga e fortalece a esperança diante das situações adversas do tratamento.
Repertório próprio para ambiente hospitalar
A musicoterapia é geralmente muito segura e não tem efeitos colaterais. Mas alguns tipos particulares de música podem irritar algumas pessoas ou fazê-las se sentir desconfortáveis.
A música pode desencadear diversos tipos de reações ou mesmo evocar memórias que podem variar de agradáveis a dolorosas.
Semanalmente, de acordo com o calendário já estipulado, músicos – violinista, violoncelista e pianista –, fazem apresentações no hall do centro de infusões, próximo aos boxes e leitos, e depois tocam na sala de convivência e de espera dos consultórios, como se fosse um miniconcerto e com direito à plateia.
O repertório é de responsabilidade dos músicos, mas propício para ambiente hospitalar. Os pacientes e familiares interagem pedindo músicas que gostam de ouvir. Essa interação traz uma magia para o momento.
“Um projeto dessa magnitude precisa de suporte e este é realizado pela equipe multidisciplinar da instituição, composta por profissionais da Enfermagem, Farmácia, Nutrição e Psicologia de maneira ímpar”, destaca Sabrina Nunes Garcia.
Benefícios
A música pode promover o relaxamento e distrair a dor associada a muitas doenças. As diretrizes oncológicas recomendam musicoterapia para:
Ansiedade: vários ensaios clínicos mostram que a musicoterapia reduz a ansiedade, incluindo a angústia relacionada a tratamentos oncológicos e outros procedimentos.
Depressão: estudos apontam que a música pode ajudar a reduzir a depressão. As diretrizes oncológicas atuais recomendam a musicoterapia para depressão e transtornos do humor.
Fadiga: a musicoterapia ativa produziu maiores reduções na fadiga relacionada ao tratamento oncológico e aumento do relato de afeto/emoções positivas do que a musicoterapia passiva.
Dor: em vários ensaios clínicos já apresentados, a musicoterapia ajudou a reduzir a dor ou a percepção da dor.
Estresse: ensaios clínicos apoiam este uso e as diretrizes oncológicas recomendam a musicoterapia para a redução do estresse.
Apoio à família/cuidador: a musicoterapia pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar a comunicação para os entes queridos e cuidadores.
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Texto por: Instituto de Oncologia do Paraná – IOP



