Você sabe o que é diverticulite? Ela causa câncer?
Uma das principais dúvidas de quem recebe o diagnóstico de diverticulite é “será que vai virar um câncer”? A diverticulite é uma doença que ocorre quando os divertículos estão inflamados ou infectados.
Os divertículos mais comuns são encontrados no intestino grosso e são como pequenas saliências (bolsas) gastrointestinais que retêm as fezes.
A presença de divertículos no corpo é bastante comum, podendo surgir em jovens, mas é a partir dos 60 anos que se tem a maior incidência, principalmente os do intestino grosso.
Os divertículos quando inflamados podem causar a diverticulite, que não se transforma em tumor, ou seja, não “vira” um câncer (colorretal). Alguns dos sintomas apresentados entre as duas doenças podem até ser parecidos, como sangramento e dor.
Para a Cirurgiã Oncológica Carla Simone da Silva, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, “A diverticulite é uma afecção relacionada à patologia benigna, abordada muito em caráter de urgência, ou seja, os pacientes chegam ao hospital com diverticulite complicada e são operados. Porém, às vezes chega até nós, oncocirurgiões, como um espessamento parietal colônico simulando um câncer”.
Causas da Diverticulite
Uma das causas da diverticulite está associada a pessoas que consomem muito carboidrato e têm uma dieta pobre em fibras.
Outros fatores também podem contribuir, como, por exemplo, obesidade, falta de exercícios físicos, pouca hidratação, fumo e o uso constante de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios.
“Com os divertículos inflamados e obstruídos pode ocorrer o que se costuma chamar de empedramento das fezes, por isso sugerimos às pessoas uma dieta balanceada, com atenção ao que se ingere”, cita a Oncocirurgiã.
Uma dieta equilibrada passa pela diminuição do consumo de carnes vermelhas, principalmente as processadas, como embutidos, e o acréscimo de fibras à alimentação.
Elas podem ser encontradas em grãos, frutas, legumes e verduras. Alimentos que contêm fibras ajudam a formar o bolo fecal, somados a uma boa hidratação, em média dois litros de água por dia, evitam o intestino preso. Outra recomendação é investir em exercícios físicos.
A regra é 30 minutos por dia ou 150 minutos semanais.
Ligue o sinal de alerta
Em geral, os pacientes tendem a permanecer sem sintomas durante a vida toda, porém podem apresentar cólicas abdominais, gases, inchaço na barriga ou prisão de ventre.
“É hora de ir ao médico para que ele faça o correto diagnóstico. Se agravar, pode acontecer o que se chama de diverticulite aguda, com dor e febre baixa, diarreia ou constipação e falta de apetite. Nesse caso, fazemos o tratamento clínico com medicamentos ou cirúrgico, com drenagem de abscesso e/ou retirada do intestino doente”.
Exames comprovam
Os principais exames para a confirmação de uma diverticulite são: ultrassonografia de abdome e tomografia computadorizada.
Além desses, são solicitados também exames de sangue (hemograma) e de urina. “Podemos pedir também uma colonoscopia para avaliar toda a mucosa do intestino grosso”, destaca Dra. Carla Simone.
Texto por: Instituto de Oncologia do Paraná – IOP



